O abuso e a exploração sexual infantil é um fenômeno presente na nossa sociedade. Na maioria das vezes os casos ocorrem em lugares que deveriam proteger essas crianças, como o ambiente doméstico. Daí a importância de datas como o 18 de Maio para chamar atenção para essa questão. No entanto, o combate ao abuso e à exploração sexual deve ocorrer de forma contínua. Sobretudo na esfera educacional. Para conscientizar sobre esse problema, a estudante Ana Clara (9° Ano do Ensino Fundamental – turma: 92.01), no componente curricular de Projeto de Vida, criou uma estória, a partir de um exercício de escrita criativa, onde ela narra um episódio de abuso numa creche. É um relato forte, mas necessário, para chamar atenção para o quanto um episódio de abuso e exploração infantil pode traumatizar alguém pelo resto da vida.
Conto: Trauma do passado
Era uma vez uma menina de 4 anos que amava a creche... Mas um dia isso mudou... A menina de 4 anos foi normalmente para a creche, feliz da vida, ela amava os seus professores e tudo que havia no local. Porém em um dia ensolarado ela e sua turma foram para uma sala diferente. Tinha uma televisão grande, borboletas grandes e azuis penduradas ao teto, eram 32 crianças nessa sala. As 14h30 uma das três professoras ligou a TV, enquanto ela fazia os ajustes na televisão, as outras duas professoras pegaram dois alunos: o amigo da menina e ela. Enquanto a professora colocava o desenho infantil, as outras duas professoras batiam e molestavam os outros dois alunos de apenas 4 anos. A menina gritava por ajuda, enquanto o menino chorava alto. A menina era estuprada com todos os tipos de brinquedos que haviam na sala. O menino apanhava e chorava. A menina guardou esse acontecimento durante 10 anos. E até hoje ela tem medo de professores, fobia de borboletas, fobia social e toma remédio até para dormir.
Por Ana Clara – Estudante do 9° Ano do Ensino Fundamental (92.01).
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