Projeto Educação Ambiental e Biossegurança: Ao Mineirinho – Em Memória


Estávamos planejando o Projeto Educação Ambiental e Biossegurança quando então surgiu como proposta falarmos sobre a importância da conservação da Biodiversidade. Ao pensar em quem poderia nos ajudar nessa discussão o Professor Raimundo lembrou do Mineirinho - o que prontamente contou com o nosso apoio. Seria enriquecedor para todos nós aprender um pouco do seu conhecimento sobre as plantas.

Lajeado sofreu um grande impacto socioambiental com a construção da UHE Luiz Eduardo Magalhães – Várias áreas de cerrado com sua flora e fauna foi engolida pelo lago da Usina. Foi nesse contexto que o Mineirinho fez um trabalho importante de preservação da flora da região quando esteve no Viveiro de Mudas do Município. Nesse período também contribuiu no paisagismo da cidade com o plantio de árvores nas praças e bosques. Nos últimos anos se dedicou ao seu próprio viveiro as margens da TO-010 – onde fornecia mudas não só para população local mas para pessoas de todo os cantos que trafegam pela rodovia.

Uma curiosidade é que se alguém perguntasse em Lajeado por Joaquim Ribeiro dos Santos seriam poucos os que saberiam de quem se tratava. Já se a pergunta fosse pelo Mineirinho a coisa mudava de figura e dificilmente haveria alguém que não saberia indicar onde encontrá-lo – no seu viveiro, sempre com um sorriso no rosto, pronto a atender quem quer que tivesse em busca de uma muda e dando dicas preciosas para o cultivo da mesma.

Mineirinho foi ambientalista, botânico e paisagista. Fez do seu amor pelas plantas, em especial do cerrado, a sua missão de vida. E semeou na nossa cidade um legado que deve ser preservado. O seu exemplo de protetor da nossa biodiversidade, ameaçada pelo avanço do agro e do hidronégocio, deve ser seguido.

A preservação do bioma cerrado, esse bioma riquíssimo mas pouco valorizado, a não ser quando vira lavoura de soja ou pasto para gado, passa pela conscientização, sobretudo da população local, e foi isso que o Minerinho fez, mais com atitudes do que com palavras.

Teresa Thet chama atenção para o fato de que a cada dia morre um pedaço do Cerrado. Diante disso ela questiona: “de onde vão surgir, o sabiá laranjeira, o beija-flor cantador, a onça pintada, o veado mateiro e a urutu cruzeiro? Quem contará a história do Cerrado brasileiro?"

Com Mineirinho não só morreu parte do nosso cerrado, como também da sua história. Infelizmente não tivemos a oportunidade de gravar a participação dele no projeto Educação Ambiental e Biossegurança, compartilhando um pouco da sua trajetória de amor a natureza. Seria  certamente um documento histórico – importante para as futuras gerações. Isso não tendo sido possível fica o nosso reconhecimento e gratidão pelo seu legado através dessas breves linhas.

Por Natália da Silva Lima, Raimundo Nonato e Pedro Ferreira Nunes – Coordenadores do Projeto Educação Ambiental e Biossegurança do Colégio Estadual Nossa Senhora da Providência.

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